Em resumo porque faz pouca ou nenhuma diferença.
É chegada a hora dos “democratas” compreenderem que, ao adotarem uma agenda político-econômica em que nada difere substancialmente da agenda dos “republicanos”, o eleitorado vai votar no Partido Republicano por uma questão de coerência discursiva.
Esse apontamento também vale para o Brasil, de modo que o Partido dos Trabalhadores deveria ligar o sinal de alerta. Quer dizer, “se vão executar um programa de austeridade econômica e de flexibilização das relações trabalhistas para atender aos apelos da casta farialimer e continuar uma agenda de destruição do meio ambiente para atender sojeiros, grileiros incendiários e donos de garimpo na Amazônia, então vamos logo votar na ‘direita’, que não esconde que fará tudo isso com o modo turbo ligado”, é o que mais ou menos devem raciocinar ou sentir os eleitores.
O governo Biden, por exemplo, incentivou e alimentou a guerra na Ucrânia para atender única e exclusivamente aos interesses dos Estados Unidos contra a Rússia, está dando todo o apoio ao Estado de Israel no massacre empreendido contra os palestinos e, ao cabo, foi contra o fim do embargo econômico à Cuba, votado recentemente na ONU. Além disso, não podemos esquecer que o penúltimo governo democrata, o de Barack Obama, esteve em guerras pelo mundo durante todos (sim, todos!) os dias de seu governo e foi um dos que mais lançaram bombas nos últimos tempos, embora tenha sido agraciado com o Nobel da Paz, em 2009.
Agora, a disponibilidade de terem à frente do governo norte-americano, novamente, um paquiderme como Trump é nada mais do que a normalização das alternativas infernais, que também são tocadas por governantes que camuflam iniciativas truculentas sob um verniz de moderação.