Manifestação cobra justiça por Madalena e denuncia racismo em Patos de Minas

Manifestantes fizeram ato de protesto e cobraram justiça por Madalena, empregada doméstica que foi mantida em trabalho análogo à escravidão por boa parte de sua vida

Após a exibição de reportagem no Fantástico, neste domingo (20), sobre o “caso Madalena”, a cidade de Patos de Minas amanheceu diferente. A história da empregada doméstica mantida em trabalho análogo à escravidão por 38 anos em uma “casa de família”, dominou as rodas de conversa e movimentou as redes sociais.

Nas redes sociais, internautas expressaram indignação, surpresa e repúdio, mas também exigiram uma postura mais assertiva do Unipam – Centro Universitário de Patos de Minas. Cabe ressaltar, que Dalton César Milagres, que manteve Madalena em situação de escravidão, é professor deste centro universitário.

Na manhã de segunda, o Unipam soltou nota dizendo “prezar em cumprir a sua missão, que é transformar pessoas e a sociedade”, e que “todas as medidas cabíveis e legais estão sendo tomadas”. O professor universitário também foi afastado. Entretanto, muitas pessoas questionaram a reposta discreta do Unipam, destacaram a ausência de professores negros no quadro da instituição e relembraram outros casos de racismo.

A discussão também ultrapassou as redes sociais e ocupou as ruas. Diversas pessoas se reuniram na porta do Unipam e realizaram um ato de protesto. A manifestação liderada por Élida Mariana, do Movimento Negro Unificado em Patos de Minas, contou com o apoio de artistas, representantes de religiões de matrizes africanas, capoeiristas e integrantes de movimentos sociais.

“Nossos corpos negros não estão à disposição!”

O mínimo que a gente espera é que a justiça seja feita, que a sociedade se conscientize e denuncie para que não exista outras Madalenas nos quartos de fundo dos apartamentos da Getúlio Vargas!

Élida Mariana

Os manifestantes também fizeram cartazes com palavras de ordem, pedidos de justiça e entoaram cânticos de protesto. Com um megafone, diversas pessoas ali presentes puderam discursar e relatar suas lutas pessoais contra o racismo.  A manifestação, que ocorreu de maneira pacífica, também contou com o apoio de populares que passavam de carro pelas ruas.

** Para denunciar casos de trabalho escravo disque 100

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