Nosso Manifesto

A frustração diante da leitura diária de manchetes espetaculares, artigos tendenciosos e falsos debates ocultados pelo doce invólucro da “neutralidade” jornalística é um sentimento comum quando folheamos alguns títulos impressos ou ainda quando navegamos por títulos digitais da imprensa patense. Isso ocorre porque é mais que evidente o vínculo orgânico desses veículos com os interesses, tão tacanhos quanto reacionários, da burguesia local.

Diante dessa constatação, que, por mais óbvia que fosse, ainda não havia nos permitido vislumbrar o nosso lugar na trincheira da batalha pela informação, resolvemos que já era hora de fazer algo. Daí nasceu o projeto do site Patos à Esquerda, matutado durante bastante tempo e agora disponível para leituras, reflexões e debates acerca dos flagrantes do cotidiano da dita “capital do milho”.

O Patos à Esquerda nasceu da iniciativa de um grupo de trabalhadores e trabalhadoras de diferentes áreas, alguns com militância prévia no amplo espectro da esquerda local que se formou após as “Jornadas de Junho” de 2013. Individual ou coletivamente, estivemos presentes no “Ocupa Guiomar” e no”Ocupa M.B.”, em 2016, nas mobilizações pela paralisação nacional, em 2017, no #Elenão, em 2018, e, mais recentemente, no Ato Político-Cultural “Aliança por qual Brasil?”, em 2020. A partir da participação nestas movimentações, fortaleceu-se a ideia de que as mudanças que almejamos demandavam um órgão periódico por meio do qual pudéssemos nos articular internamente e fazer a ponte com o restante da população trabalhadora.

O nome do nosso projeto já deixa clara nossas intenções. Quando dizemos que nossa proposta é fazer um jornalismo do ponto de vista dos trabalhadores e das trabalhadoras, reivindicamos um projeto político à esquerda, ou seja, comprometido com as lutas anticapitalistas, antirracistas, antimachistas e anti-lgbtfóbicas de nosso tempo. Para tanto, nosso propósito será produzir, divulgar e circular conteúdo que visibilize as contradições sociais, noticie as lutas dos movimentos populares, acompanhe a trajetória da esquerda e contribua para um fórum permanente de discussões sobre os caminhos em prol de uma cidade mais justa, livre e igualitária.

Patos de Minas, dezembro de 2020.